Discurso aristotélico físico e doença cardíaca na atualidade
DOI:
https://doi.org/10.37467/gka-revmedica.v4.853Palavras-chave:
insuficiência cardiaca, Aristóteles, HipócratesResumo
Nas décadas de 1970 e 1980, com a publicação de diversos trabalhos na área da fisiopatologia da insuficiência cardíaca, descobriu-se que determinados dados de exame físico tinham grande valor prognóstico na avaliação de pacientes com insuficiência cardíaca aguda. A gradual composição desses elementos fez com que fosse possível estabelecer quatro “perfis” de doentes com insuficiência cardíaca aguda, co-nhecidos como “quente e seco”, “quente e úmido”, “frio e seco” e “frio e úmido”, que correspondem, respectivamente, aos estados de boa perfusão-sem edema, boa perfusão-com edema, baixa perfusão-sem edema e baixa perfusão-com edema. O uso dos termos “quente”, “frio”, “seco” e “úmido” para se referir a estados patológicos, entretanto, já fazia parte do discurso científico da Antiguidade e da obra de Aristóteles. Através de uma análise histórica e sociológica dos períodos em que cada discurso foi elaborado, pretendemos elaborar hipóteses acerca do processo de idas e vindas desses termos.
Referências
Ackerknecht, E. H. (1982). A Short History of Medicine. Baltimore: The Johns Hopkins University Press.
Braudel, F. (2004). Gramática das Civilizações. São Paulo: Martins Fontes.
Forrester, J.S., Diamond, G., Chaterjee, K. e Swan, J.C. (1976). Medical therapy of acute myocardial infarction by application of hemodynamic subsets (second of two parts). New England Journal of Medicine, 295, pp. 1404-13. DOI: https://doi.org/10.1056/NEJM197612162952505
Foucault, M. (1981). As Palavras e as Coisas – Uma Arqueologia das Ciências Humanas. São Paulo: Martins Fontes.
Gensini, G.F. e Conti, A.A. (2006). Hemodynamic profiles of heart failure patients and “elementary qualities” of pre-hippocratic medicine: a hypothesis for a linguistic and epistemological relationship. Med Hypotheses, 66 (6), pp. 1246-8. DOI: https://doi.org/10.1016/j.mehy.2005.12.038
Kremer-Marietti, A. (1977). Introdução ao Pensamento de Michel Foucault. Rio de Janeiro: Zahar Editores.
Krumholz, H.M. (2013). Post-hospital syndrome – an acquired, transient condition of generalized risk. N Engl J Med, 368, pp. 100-102. DOI: https://doi.org/10.1056/NEJMp1212324
Kuhn, T. S. (2009). A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva.
Marías, J. (2004). História da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes.
Nohria, A., Tsang, S.W., Fang, J.C., Lewis, E.F., Jarcho, J.Á., Mudge, G.H., et al. (2003). Clinical assessment identifies hemodynamic profiles that predict outcomes in patients admitted with heart failure. J Am Coll Cardiol, 41 (10), pp. 1797-804. DOI: https://doi.org/10.1016/S0735-1097(03)00309-7
Ortega y Gasset, J. (1995). ¿Qué es Filosofia? Madrid: Editorial Espasa Calpe.
Sousa, A. T. (1996). Curso de História da Medicina – Das Origens aos Fins do Século XVI. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Stevenson, L.W., Massie, B.M. e Francis, G.S. (1998). Optimizing therapy for complex or refractory heart failure: A management algorithm. Am Heart J, 135, S293-S309. DOI: https://doi.org/10.1016/S0002-8703(98)70257-1
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores/as que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Os autores/as terão os direitos morais do trabalho e cederão para a revista os direitos comerciais.
 - Um ano após a sua publicação, a versão do editor estará em acesso aberto no site da editora, mas a revista manterá o copyright da obra.
 - No caso dos autores desejarem asignar uma licença aberta Creative Commons (CC), poderão a solicitar escrevendo a publishing@eagora.org.
 
						
							


